Dívidas dos cartões de crédito e de lojas atinge recorde - Credito Fácil Brasil
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Dívidas dos cartões de crédito e de lojas atinge recorde

A crescente inadimplência do país não poupou os grandes varejistas, principalmente os varejistas de moda. Empresas como Renner, C&A e Riachuelo apostam nos cartões private label como estratégia para fidelizar os clientes e ampliar as vendas, mas os atrasos nos pagamentos aumentaram com o aumento das taxas de juros e o aperto na renda do consumidor.

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O aumento da inadimplência ocorreu tanto nos cartões bandeirados conveniados com outras instituições financeiras quanto nos cartões private label administrados pela própria financeira do lojista e disponíveis apenas em suas lojas. Segundo levantamento da Câmara Nacional do Comércio (CNC), a inadimplência dos folhetos das lojas (incluindo os modelos de marca própria) foi de 19,5% em outubro. Essa taxa é superior à média de 16% dos últimos cinco anos.

Tomemos como exemplo a Lojas Renner: no terceiro trimestre deste ano, a proporção de clientes com parcelamento em atraso na carteira do cartão próprio da loja chegou a 33,90%, ante 26,50% no mesmo período de 2021. Da carteira total, que inclui o Para Operar Bem, o índice de crédito vencido subiu para 27,3% no terceiro trimestre deste ano, ante 19,4% no mesmo período do ano anterior.

Crédito está mais difícil

A C&A lançou um produto próprio, o cartão C&A Pay, no quarto trimestre do ano passado. A perda líquida da carteira atingiu 23,5% no terceiro trimestre deste ano, ante 19,5% nos três meses anteriores. A participação nas vendas subiu de 13% para 14%. Cerca de 480.000 cartões digitais foram emitidos durante o trimestre e mais de 1,95 milhão de cartões plásticos foram emitidos. Levi Fonseca, diretor de produtos e serviços financeiros da C&A, disse que o nível de inadimplência foi menor do que o plano inicial da empresa.

Em fevereiro, a rede varejista fez ajustes em sua política de crédito, o que evitou um grande aumento no número de devedores. Os cartões Riachuelo registraram perda de 5,1% ao final do terceiro trimestre deste ano, ante 4% no mesmo período de 2021. Este percentual inclui cartões de visita realizados pela empresa de finanças corporativas Midway e operadoras de bandeira.

As vendas desses dois cartões representaram 35% das vendas totais no terceiro trimestre deste ano. Na Lojas Marisa, os cartões privados mais as bandeiras representaram 36,6% das vendas no terceiro trimestre, ante 40,3% um ano antes. Segundo a empresa, esses números “refletem políticas preferenciais mais conservadoras neste período devido aos maiores índices de inadimplência do consumidor”.

Venda de dívidas

A administração da C&A explicou que o motivo pelo qual as marcas investem em suas próprias operações financeiras é permitir que a empresa tenha uma visão mais ampla dos clientes. Ele disse que desde o IPO (oferta pública inicial de ações da empresa) de 2019, o objetivo da C&A é melhorar o crédito dos clientes que compram pela internet.

Uma opção utilizada pelas empresas é vender a dívida dos clientes inadimplentes. Normalmente, a estratégia é desenvolvida para melhorar as margens financeiras da empresa. Durante a divulgação dos resultados, os executivos da Renner informaram que um terço da carteira com vencimento superior a 360 dias foi vendido, totalizando R$ 23,8 milhões.

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Pablo Nigro

Pablo Nigro

Especialista em crédito. Produtor de conteúdos digitais e redator web. Atua com produção de conteúdos sobre educação financeira e deseja levar seus conhecimentos práticos para mais pessoas e assim ajudá-las a lidar melhor com seu dinheiro.

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