Pix 2.0: Há uma nova onda de ferramentas BC. Isso vai atrapalhar muitos negócios - Credito Fácil Brasil
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Pix 2.0: Há uma nova onda de ferramentas BC. Isso vai atrapalhar muitos negócios

O Pix foi lançado pelo Banco Central (BC) em 2020 e inicialmente se popularizou como um serviço mais prático e uma ferramenta de transferência e pagamento de produtos. No entanto, esse movimento é apenas a ponta do iceberg. A empresa que utiliza o instrumento preparou uma onda de novas soluções

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Até o mês passado, se os clientes da SuperSim, uma empresa de microfinanças fintech, visitassem a plataforma da empresa para solicitar empréstimos durante o fim de semana, o tempo de espera pelo pagamento poderia ser frustrante. A empresa só pode responder na segunda-feira e, antes disso, a pessoa pode mudar de ideia.

“Devido às características do nosso público (categoria C e D), os pedidos de crédito são geralmente situações de emergência. Portanto, atrasos na resposta podem afetar a vontade de solicitar recursos”, disse Antonio Brito, CEO e cofundador da FinTech Said disse ao Credito Brasil.

Situações como essa não são incomuns. Os pedidos de fim de semana representam 30% a 40% do volume de negócios durante a semana. Posteriormente, a empresa descobriu que havia um novo ponto problemático que precisava ser resolvido. No entanto, ele logo percebeu que a solução era algo que passou a fazer parte da vida dos brasileiros durante a pandemia: Pix.

Graças ao método de pagamento instantâneo que o Banco Central (BC) lançou em novembro do ano passado e permite transações aos sábados e domingos, o SuperSim começará este mês simplesmente transferindo fundos para a conta do cliente, iniciando em qualquer dia da semana Emitir contas de empréstimo.

No entanto, este é apenas um dos mil e um usos possíveis para Pix. A ferramenta BC e outras empresas abriram possibilidades infinitas. A empresa de fintech de pagamentos do Mercado Livre, Mercado Pago, e a Bexs do setor de câmbio também buscam novas oportunidades.

Mesmo quem não é do setor financeiro, como os e-assinantes da Clicksign, já está surfando na onda Pix.

Esses casos ilustram um novo momento vivido pela Pix. Depois de se tornar popular como uma maneira prática e rápida de fazer transações entre amigos ou pagar por serviços e produtos, as empresas estão cada vez mais explorando a Pix para implementar novas soluções, aumentar o relacionamento com os clientes e, indiretamente, abrir outras áreas de receita.

A julgar pela demanda de inscrições aos sábados e domingos, o SuperSim acredita que os empréstimos de fim de semana podem representar de 10% a 15% da demanda total. “Fazemos cerca de 1.000 empréstimos todos os dias e, em novembro, podemos chegar a 2.000 a 3.000”, disse o CEO de uma empresa de fintech. O preço do tíquete médio da Fintech é de R $ 600, e a renda média mensal dos clientes é de R $ 1.600.

Não havia uma solução única antes, porque a FinTech queria ver se Pix atrairia pessoas. “Embora as expectativas sejam altas, sabemos que outros produtos desenvolvidos pelo BC não têm sido bem adotados”, disse Brito. Mas a Pixar favorece os brasileiros.

Segundo dados do BC, 93,7 milhões de pessoas fizeram transações com o Pix em julho, respondendo por quase metade da população brasileira, e mais do que o dobro dos 35,7 milhões de usuários cadastrados em dezembro do ano passado (primeiro mês completo após o lançamento da nova ferramenta )

No mês passado, Pix teve 886 milhões de operações, superando a soma do TED e DOC, chegando a 115 milhões de operações. Desde o lançamento da ferramenta, cerca de 1,6 trilhão de reais passaram pelo Pix.

Se depender do BC, então nos próximos meses, novas soluções devem aparecer com mais frequência. O calendário de ações da agência prevê que no segundo semestre deste ano a Pix Saque permita o saque de recursos da entidade comercial Pix Troco. Por meio dela, o consumidor pode adquirir valor superior ao da transação e receber o troco do comerciante, e reservar Pix, usado para pagamento programado.

Pix por aproximação e Pix offline (sem necessidade de conexão à Internet) também estão planejados para serem lançados no último trimestre deste ano, enquanto Pix Garantido suportará pagamentos parcelados e será lançado pelo BC no início do próximo ano.

“Usar o Pix como alternativa ao TED e ao DOC é apenas a ponta do iceberg”, disse Fabrício Winter, sócio e consultor da consultoria Boanerges & Cia.

O Mercado Pago concentra-se em todo o calendário do BC. Uma das medidas que mais geram expectativas é fazer com que o Pix, por ter potencial para substituir os cartões de crédito, seja uma das ferramentas que não foi afetada pela chegada do Pix até agora. Essa solução pode mudar o setor e ganhar espaço da mesma forma que boletos, TED e DOC e cartões de débito, principalmente em pequenas empresas.

Aliás, o garantido Pix tem esse nome porque, assim como o cartão de crédito, é uma forma de financiamento, e precisa de uma agência de garantia para apoiar a transação para viabilizar a transação. O Mercado Pago ainda está construindo sua solução, mas pretende permitir que os usuários da fintech usem o aplicativo em 2022 para fazer o Pix parcelado com códigos QR em instituições que aceitem a instituição.

Túlio Oliveira, vice-presidente do Mercado Pago e responsável pelas operações no Brasil, acredita que há espaço para a convivência entre o Pix Garantido e os cartões de crédito. O executivo disse ao NeoFeed: “O cartão de crédito é uma solução muito integrada e flexível. Além de aumentar os programas de fidelidade e compras internacionais, também permite o parcelamento de passagens maiores”. pode ser uma solução alternativa para o parcelamento com cartão de crédito “.

Embora o lançamento dessa solução ainda esteja longe, o Mercado Pago já é um entusiasta do Pix e incentiva seu uso. A Fintech teve 18,7 milhões de autônomos e 8,3 milhões de autônomos no segundo trimestre, zerou as despesas com vendas e destacou que o uso de meios de pagamento representou 20% do total, superando a tradicional ordem de pagamento.

Além disso, aproximadamente 70% dos vendedores podem usar Pix, e a FinTech percebe que seus resultados são em média 10% maiores do que os de vendedores que ainda não aderiram.

No entanto, Winter, da consultoria Boanerges & Cia, destacou que não é a Pix que vai trazer novas receitas para as empresas do setor financeiro, mas o que pode ser gerado a partir dela. Por exemplo, o SuperSim não cobrará dos clientes a obtenção de empréstimos por meio do Pix, mas tentará gerar novos negócios, o que gerará mais receita de juros. “Você pode ganhar dinheiro com Pix em cima de outros serviços financeiros e usá-lo para aumentar o volume de transações para aprender mais sobre os clientes e seu comportamento de pagamento”, disse o consultor.

Outra iniciativa do BC que o mercado aguarda é a Pix Internacional para que seja comercializada no exterior. Embora ainda não seja possível prever, já existem algumas pessoas que estão testando as previsões. Por exemplo, o Bexs, um banco envolvido em negócios de câmbio e pagamento digital, tem clientes como o Ebanx e é responsável pelo processamento de pagamentos por serviços como AliExpress e Spotify.

“Nossa ideia é ter um intercâmbio 100% digital, mas a regulamentação ainda não permite isso”, disse o CEO da Bexs, Luiz Henrique Didier Jr., ao NeoFeed em junho. “Portanto, temos usado o desenvolvimento da indústria de pagamentos para fornecer um pouco dessa experiência. E, neste caso, Pix traz uma grande oportunidade.”

Para a empresa, quando os recursos estão parados ou já chegaram ao Brasil, o Pix é utilizado no âmbito da fiscalização. Fora dessa fronteira, as transações seguem os rituais e procedimentos tradicionais do mercado de câmbio.

A solução será testada em dois clientes no final de 2020: TikTok, que é usado para pagar usuários locais para assistir seus vídeos e recomendar o aplicativo a amigos; e Brokerage Avenue, que é usado para remeter ou resgatar investimentos no exterior. os brasileiros. Desde abril, a solução está à disposição de todos os clientes. Mais de 15 empresas usaram soluções alternativas e 75% dos negócios de transporte marítimo internacional da Bex foram conduzidos pela Pix

Para o inverno, a consultoria Boanerges & Cia acredita que a ação do BC que mais afetará o mercado é o Pix programado. “Isso mudará o campo de pagamentos recorrentes e de assinatura que temos hoje”, disse ele. “Este é o principal produto que permite à Pix realmente entrar no dia a dia das pessoas e nos mercados de consumo”, disse ele.

Fora do setor financeiro, o Clicksign, na área de assinatura de documentos eletrônicos, permite que os clientes usem suas chaves Pix para assinar papéis na Internet. Para tornar isso possível, há uma transação financeira por trás disso. Os assinantes pagam 0,01 real nominal e, em seguida, são reembolsados, por exemplo, ao registrar um cartão de crédito em um aplicativo de transporte.

O CEO da Clicksign, Marcelo Kramer, disse ao Credito Brasil – “Pix é uma verificação de identidade segura porque é suportada pelo sistema bancário e porque para ter uma chave Pix, você deve ter uma conta em uma instituição.”

Segundo ele, a alternativa ainda é incipiente e não há representatividade significativa no total de assinaturas registradas pela empresa, mas está otimista quanto à adoção porque as transações financeiras se generalizaram. “É um método muito elegante e muito utilizável.”

Se a popularização do Pix como um simples meio de transferências foi somente a ponta do iceberg, as empresas terão de mergulhar muito mais fundo para conhecer o real tamanho dessa pedra de gelo e explorá-la à exaustão. “Todo o sistema financeiro só tem a ganhar”, disse Oliveira, do Mercado Pago.

 

 

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Pablo Nigro

Pablo Nigro

Especialista em crédito. Produtor de conteúdos digitais e redator web. Atua com produção de conteúdos sobre educação financeira e deseja levar seus conhecimentos práticos para mais pessoas e assim ajudá-las a lidar melhor com seu dinheiro.

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