Spread bancário: entenda o que é, os impactos e como funciona
Só de ouvir o termo “Spread bancário” muita gente já fica assustada. Para quem não está habituado com termos financeiros, mas entende a importância de saber mais sobre economia, saber o que é spread bancário é fundamental. Esse é um tipo de operação presente e constante na vida de todo mundo que utiliza serviços bancários.
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Por definição, spread bancário é a diferença entre os juros que os bancos pagam quando você investe seu dinheiro. Quanto maior o spread bancário, maior será o lucro dos bancos nas operações e mais caro serão os juros que os clientes pagarão ao utilizarem empréstimos e financiamentos.
Existe uma diferença entre o que o cliente recebe ao investir e o que ele paga ao tomar dinheiro emprestado ser, aparentemente, exagerada à favor do banco. É por esse motivo que o spread bancário é visto como vilão.
Como é calculado?
Cinco grandes custos estão embutidos e formam o spread bancário, interferindo no valor final. São eles:
1. Inadimplência
Como o Brasil é um dos países com as mais altas taxas de inadimplência. A instituição financeira que irá oferecer crédito precisa contar com uma espécie de “margem de segurança”. O risco do não recebimento acaba entrando na composição do spread bancário.
2. Lucros
Qualquer banco, cooperativa de crédito, fintech ou banco digital que ofereça crédito precisa remunerar os empresários e os acionistas que investem na empresa. Precisam de lucro, que integra o spread bancário.
3. Impostos diretos
Os tributos influenciam bastante na formação do spread bancário, como o Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que incidem sobre os lucros da instituição, Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), que são cobrados sobre a receita total.
O Imposto sobre Operação Financeira (IOF) é pago diretamente pelo cliente e ajuda a reduzir o rendimento do aplicador.
4. Compulsório e encargos
O depósito compulsório é um dos instrumentos que o Banco Central usa para controlar a quantidade de dinheiro que circula na economia. Esse depósito é referente às captações em poupança, depósitos à vista e depósitos à prazo. O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) recolhe 0,0125% do valor dos depósitos totais das instituições filiadas.
5. Custo administrativo
Os gastos de operação, como segurança, agências, caixas eletrônicos, salários, aluguéis e outros serviços necessários para as instituições financeiras existirem, também entram na conta do spread bancário.
Por que o spread bancário no Brasil é tão alto?
Diversos problemas estruturais e macroeconômicos podem ser citados como responsáveis pela alto spread bancário no país. De acordo com Felipe Guerra, economista, sócio da Messem Investimentos, CFP®️ – Certified Financial Planner, no Brasil há muita inadimplência, o que eleva o spread bancário.
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Publicado em: 3 de setembro de 2022
Pablo Nigro
Especialista em crédito. Produtor de conteúdos digitais e redator web. Atua com produção de conteúdos sobre educação financeira e deseja levar seus conhecimentos práticos para mais pessoas e assim ajudá-las a lidar melhor com seu dinheiro.